Mensagens

A mostrar mensagens de julho 1, 2018

a criação do poema

Imagem
O poema bate à porta. como folhas de Outono entre o chão sagrado e a loucura de uma dança nos olhos onde em todo o lado é o instante verão da primavera. O poema tem olhos. Tem boca. Tem cauda. Pele fofa e eriçada. O poema vai nu. É humano e tem cascos nos seis pés de aranha. A carne reveste e despe o poema. o seu transporte é um baloiço mágico, brincadeiro, brigadeiro de pétalas. Um abraço orgânico entre a esquina recôndita de um tempo e o degrau de um pormenor habitado por gente vestida de uma outra gente floresta. O poema traz cadernos de gente que regressa na devagarosa locomotiva de uma saudade ou de um adeus. O poema traz um ventre nas mãos. Ou as mãos à porta do ventre. Ou a mão com tinta de sangue que habita na maravilha parida que logo se levanta para começar a dançar. O poema não traz nomes. nem escolas. nem contratos. é uma criança a pedir uma caixa de cartão ao avô para fazer um ninho de pássaros. O poema traz humanidades e sabores e contemplações e abóbadas cheias de luz t

[¿lembras-te bem?]

Imagem
¿lembras-te bem? ouves ainda as nossas gargalhadas em chamas podando pragas para banquetes a praia sobre os telhados a guardar planetas pelo silêncio o incandescer da bicicleta natureza estrada fora com derrapagem forçada do tempo pelo tempo só para sentir a cor fresca do ar e inventar palhaças caras para as cicatrizes acompanhar de assobio o pular sorrateiro dos pássaros e oferecer pedras para equilibrismo na cabeça das estátuas fixar as pupilas no arco-íris da grande dilatação entre as borboletas e dançar de mãos dadas com os animais e infinitar qualquer coisa que comece com “finalmente chegaste” e peito a peito para dar novo pulmão subinte à beleza da montanha e ombro a ombro até cair de rir o superior e tirar pedaços de terra para criar um vaso no cabelo e roubar uvas figos laranjas maçãs e deixar o caroço no terreno como pedido de desculpas e colar duas carapaças de caracol nos olhos e dizer que aquilo sim é que é ver sem rugas e aprender a arrotar